Escrito por: Matheus Piveta
Ram Charan, um dos mais prestigiados consultores do mundo, foi responsável por aconselhar muitos executivos e CEOs das maiores e mais emblemáticas empresas que conhecemos. Ele tem uma frase que acredito ser capaz de resumir o que penso sobre o tema deste artigo:
“Criar uma estratégia brilhante é fácil. O difícil é colocá-la em prática.”
Ram Charan
Tenho me dedicado há pelo menos uma década a entender como um negócio funciona, como as empresas criam e gerenciam suas estratégias, o que motiva os empreendedores, gestores e líderes a seguirem conduzindo seus negócios num ambiente cada vez mais complexo e incerto.
Esta minha trajetória me fez perceber que muitas coisas se mostram comuns não apenas no sucesso dos negócios, mas também quando as coisas não saem como se esperava. Para se ter uma ideia do que estou falando, a McKinsey demonstrou em pesquisa feita com seus clientes que 70% das transformações organizacionais falham de maneira recorrente. Este é um número que me preocupa como empresário, empreendedor e consultor, pois ele carrega consigo não somente a falha da gestão de mudanças, mas também uma possível decadência e falência da organização no médio e longo prazo.
O fechamento de uma empresa engloba uma série de questões sociais, por ser uma parte de extrema importância para a cadeia de valor de uma sociedade. Vamos olhar para o Brasil: segundo o Boletim do Mapa de Empresas, divulgado pelo Ministério da Economia, tivemos em nosso país mais de 4 milhões de novas empresas em 2021 e fechamos o ano com quase 19 milhões de empresas ativas. Se simplesmente aplicarmos o dado da McKinsey aqui, podemos dizer que mais de 13 milhões de empresas brasileiras podem estar em apuros nas suas iniciativas de transformação organizacional, em especial as culturais e digitais.
Não vou tentar propor uma receita milagrosa para mudar o cenário pessimista apresentado pela pesquisa, mas vou listar 10 possíveis causas que considero muito comuns no mundo empresarial que acabam levando gestores a conduzirem suas organizações para uma execução desastrosa de sua estratégia de negócios.
Diante desta lista, que não é única, exclusiva e muito longe de ser a verdade absoluta, mas resume bem o que eu percebi ao longo de 10 anos estudando negócios, algo fica evidente para mim: a maioria dos empreendedores possuem a necessidade e vontade de impulsionar o negócio e alcançar maior abrangência dentro do seu mercado alvo para que conquistem mais e/ou melhores clientes. Dentro do contexto da nova economia digital, isso só é possível adotando estratégias extremamente ágeis e flexíveis, e isso é muito difícil de se realizar quando a gestão atua com a cabeça da economia clássica.
A receita simples para a reversão desse quadro seria fazer exatamente tudo que está na lista acima, porém, ao contrário (eliminando as causas). O fato é que não existe uma receita tão simples assim. O mundo em que vivemos requer novos modelos de negócio, novas competências de liderança e menos modelos complexos que prometem a flexibilidade mas aprisionam as pessoas em torno de rituais e processos burocráticos em nome da “agilidade”.
Para entender o nosso ponto de vista, convido você a ler este artigo escrito recentemente pelo meu sócio, Luiz Parzianello. Nele, você vai entender melhor sobre como estamos ampliando nossa visão sobre o conceito de Agilidade de Negócios de um modelo para um metamodelo, algo mais orgânico, fluído e que se adapta ao seu negócio (e não o contrário!).